sábado, 8 de setembro de 2007

02.09 - As escolas de samba

Apesar de haver tantos livros contando a história de fatos do município, alguns autores ao escreverem seus livros esqueceram da importância que um livro e um registro histórico tem para a posteridade. Tanto que um dos fatos marcantes da história do carnaval campista não possui nenhum registro com datas para que os novos pesquisadores situem a importância deste evento, como é o caso do surgimento do samba em Campos.



No livro “Na taba dos Goytacazes”, o autor e jornalista, Hervê Salgado Rodrigues, compara a casa da “Tia Ciata”, mulata líder dos boêmios e malandros cariocas, com a Sinhá Chica, lavadeira campista, que morava no centro.

“Não há ninguém que não saiba que o samba praticamente nasceu na casa de “Tia Ciata”, velha mulata, líder de boêmios e malandros. Pelo menos foi composto lá o primeiro samba que foi gravado, o “Pelo Telefone”, de Donga e Mauro de Almeida. A casa da Tia Ciata era o reduto dos sambistas, deles todos. Pois aqui também tivemos uma réplica da “Tia Ciata”. Era a “Sinhá Chica”, só que a casa dela não era reduto de samba, pois este não havia chegado a Campos. Ela morava na rua Boa Morte, era lavadeira, e sua casa acolhia os boêmios e era a dos ranchos, compasso binário, de dois tempos. “Sinhá Chica” era presidente e praticamente dona do “Corbeille das Flores” e avó de Wilson Batista, famoso compositor conterrâneo nosso, aquele da famosa polêmica em samba com Noel Rosa. (...) Estávamos ainda muito longe das escolas de samba, cujo ritmo quente iria enxotar para sempre o compasso binário dos blocos e ranchos...”.

Somente depois da metade do século XX, mais precisamente por volta de 1965, é que surgem as primeiras escolas de samba de Campos. Elas surgiram inicialmente usando os mesmos nomes das escolas de samba do Rio de Janeiro, como, “Salgueiro, Madureira, Unidos da Tijuca e Bando da Luz. Até que, finalmente resolveram trocar de nome daí surgindo os “Amigos da Farra”, a “Mocidade Louca”, “União da Esperança”, “Ururau da Lapa”, “Independente”, etc.

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